09.05.2010, 09:43
ESFINGE
Sou filha da charneca erma e selvagem:
Os giestais, por entre os rosmaninhos,
Abrindo os olhos de oiro, pelos caminhos,
Desta minh'alma ardente são a imagem.
E ansiosa desejo -- ó vã miragem -
Que tu e eu, em beijos e carinhos,
Eu a Charneca, e tu o Sol, sozinhos,
Fôssemos um pedaço da paisagem!
E à noite, à hora doce da ansiedade,
Ouviria da boca do luar
O De Profundis triste da Saudade...
E, à tua espera, enquanto o mundo dorme,
Ficaria, olhos quietos, a cismar...
Esfinge olhando, na planície enorme...
Sou filha da charneca erma e selvagem:
Os giestais, por entre os rosmaninhos,
Abrindo os olhos de oiro, pelos caminhos,
Desta minh'alma ardente são a imagem.
E ansiosa desejo -- ó vã miragem -
Que tu e eu, em beijos e carinhos,
Eu a Charneca, e tu o Sol, sozinhos,
Fôssemos um pedaço da paisagem!
E à noite, à hora doce da ansiedade,
Ouviria da boca do luar
O De Profundis triste da Saudade...
E, à tua espera, enquanto o mundo dorme,
Ficaria, olhos quietos, a cismar...
Esfinge olhando, na planície enorme...